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Foto do escritorBruno Pauletti

Afinal, o que é preciso saber para abrir uma startup?

Atualizado: 16 de dez. de 2022

O termo startup se popularizou no Brasil por efeito da bolha da internet. O modelo se destaca por ser escalável, repetível e exposto à incerteza. Isso fez com que muitos empreendedores ficassem curiosos para descobrir como abrir uma startup ou até como investir em uma na forma de equity.


As marcas costumam focar em um horizonte de novos modelos de negócio. Por isso, valores como inovação, prototipagem, eficiência e tecnologia contam.


Assim, a startup se caracteriza pela forma com a qual opera o negócio e não pelo tamanho.


É importante que você complemente esta leitura com o conteúdo sobre Nova Lei das Startups, que publicamos aqui e complementa o estágio de abertura de uma startup.


A ideia do texto é contar o que é necessário para abrir uma startup, qual é a diferença para uma empresa comum, como fazer a empresa dar certo, como conseguir os primeiros investimentos e vários outros pontos.


Boa leitura!



O que é e como funciona uma startup?


que é e como funciona uma startup
O que é e como funciona uma startup

As startups focam em encontrar, elaborar e validar modelos de negócios escaláveis.


Seu objetivo é crescer além do fundador. Isso faz com que as empresas se exponham a um nível alto de incerteza, com uma taxa de fracasso considerável.


Mas as startups têm o ambicioso objetivo de revolucionar a indústria e fazer a diferença no mundo, sempre em grande escala.


O desafio é fruto da ambição de dar ao mundo algo que ele precisa, mas que ainda não criou.


Para os bem-sucedidos e que gerem negócios promissores, há um alto retorno de investimento. Suas raízes estão na inovação.


Por isso, uma startup costuma propor categorias novas de produtos ou remediar os problemas dos já existentes.


Uma maneira simples de cases é através do nosso portfólio.



Qual a diferença entre uma empresa comum e uma startup?


Qual a diferença entre uma empresa comum e uma startup
Qual a diferença entre uma empresa comum e uma startup?

Em uma empresa comum, o empreendedor cria um negócio pensando principalmente no lucro. Isso faz com que invistam, mas nem sempre se envolvam com a administração. Assim, focam em um negócio viável e realista.


Já o responsável por abrir uma startup, segue uma lógica diferente.


Seus objetivos não são financeiros. Aqui, o negócio surge para mudar o mundo. Embora tenham expectativas financeiras, raramente começam com esse objetivo.


Por isso, um fundador de startup não se preocupa com vendas inicialmente, já que deseja tornar o negócio lucrativo no futuro.


Nesse caso, assume o risco de se vincular à marca e coloca sua reputação em jogo.


Algumas startups funcionam por anos antes de se tornarem financeiramente rentáveis.


Até lá, precisam descobrir como criar uma startup, entendem suas fases, como captar recursos através de investimento anjo, pré-seed e investimento seed.


Mas a pergunta que fica é: como abrir juridicamente uma startup?



Como abrir uma startup no Brasil?


abrir uma startup no Brasil
Abrir uma startup no Brasil

Existe uma burocracia para abrir uma startup legalmente no Brasil. É preciso separar vários documentos e se adequar às condições.


Sem conhecer as etapas, você pode ficar dando voltas para levar os papéis.


Confira como funciona.



Escolha a modalidade jurídica


A primeira definição importante que você precisa fazer é: “vou iniciar a marca sozinho ou vou contar com sócios?”.


Para o primeiro caso, existem as modalidades individuais.


Por exemplo, “microempreendedor individual”, “microempresa” e “empresa de pequeno porte”.


Mas as classificações também dependem de alguns critérios. Isso inclui o faturamento.


O MEI traz um limite anual de 60 mil que, se ultrapassado, muda a categoria para microempresa. As empresas societárias, por sua vez, costumam se classificar como “sociedade limitada” e “sociedade anônima”.


O primeiro tipo divide a participação dos sócios nas suas quotas, enquanto o segundo distribui o capital social em ações.


Mas existem outros modelos.


Por exemplo, “sociedade em nome coletivo”, “sociedade em comandita simples”, “sociedade em comandita por ações” e “sociedade cooperativa”.



Defina a Razão Social


Após a constituição da marca, seu nome se torna a “Razão Social”.


Por isso, precisa ser exclusivo. Se sua marca tem a mesma razão social de outra, é trocar de nome. Assim, você pode consultar na Junta Comercial ou no Instituto Nacional da Propriedade Industrial.


Às vezes, a Razão Social aparece como “firma empresarial” ou “denominação social”. Talvez você confunda “Razão Social” com “Nome Fantasia”. Mas são duas coisas distintas.


O primeiro é o nome jurídico.


A marca de tecnologia “Microsoft”, por exemplo, tem esse como Nome Fantasia.


É o nome comum, que todos usam coloquialmente. Mas a razão social, o nome jurídico, é “Microsoft Informática LTDA”.


Escolha o CNAE


Na hora de criar o “contrato social”, você vai precisar definir o ramo de atuação. Isso conta porque a tributação e a regulação dependem dessa classificação.


Aqui, o instrumento é o “CNAE”, a “Classificação Nacional de Atividades Econômicas”.


A ideia é definir sua área de atuação e o segmento do qual sua marca participa. Às vezes, sua empresa se enquadra em mais de um ramo. Isso faz com que uma empresa seja adepta de mais de um CNAE.


Mas se a marca tem atividades secundárias e uma principal, a enquadrada é a que mais contribui para gerar valor. Ainda vale conferir os regimes tributários. Certos CNAEs não permitem enquadramento no Simples Nacional, por exemplo.



Elabore o contrato social


O contrato social funciona como uma certidão de nascimento da empresa.


Assim, o documento conta com as informações básicas da organização.


Por exemplo, os sócios, o endereço, os deveres, o ramo de atuação e vários outros pontos.


Toda empresa no Brasil precisa ter um contrato social.


Por meio dele, se torna possível registrar e abrir a conta bancária. Mas o contrato social varia de acordo com a natureza jurídica.


Existe o de sociedade limitada, empresário individual, empresas EIRELI e por aí vai.


Algumas juntas comerciais fazem a emissão automática do contrato social, se baseando em um modelo universal. Sua consulta acontece na Junta Comercial do seu estado.


Você também pode optar inicialmente por um modelo padrão, como o modelo de contrato social da Conta Azul.


Regularize o nome


O ideal é registrar o nome fantasia para evitar problemas legais. Você pode fazer isso a partir da pesquisa de empresas homônimas no INPI, o Instituto Nacional da Propriedade Intelectual.


O passo seguinte é cadastrar o nome fantasia também no site do INPI.


Mas o CNAE também costuma ter uma cobrança, exigindo pagamento nas guias. O processo de criação do nome costuma ser apelidado de “naming”.


Assim, existem inúmeras técnicas de criação de nomes.


Abreviações, por exemplo, criam nomes curtos e coerentes.


Por exemplo, a palavra “Band” para abreviar “TV Bandeirantes”.


Outra técnica é a sigla. “Bayerische Motoren Werke” se tornou “BMW”, enquanto “Hewlett Packard” é “HP”.



Faça o registro na junta comercial


A Junta Comercial valida a abertura das empresas.


É o órgão que armazena as informações das atividades empresariais.


Entre suas atividades, estão a viabilização das alterações de dados, a busca pela disponibilidade da razão social e a disponibilização dos dados para consulta popular.


Sem seu registro, não é possível conseguir o CNPJ para funcionar legalmente. O processo é simples e pode acontecer também de forma online.


Para isso, basta ter os documentos em mãos.


O ideal é ter a rubrica dos sócios nas páginas, além de uma assinatura que segue a do RG. Aqui, vale contar com cópias do RG, do CPF, do comprovante de residência, do IPTU da sede da empresa e das guias DARF.


Obtenha o CNPJ


Após a aprovação da Junta Comercial, você receberá o “NIRE”, o “Número de Identificação do Registro da Empresa”.


A partir daí, a marca já existe. Assim, o passo seguinte é conseguir o CNPJ.


Aqui, basta cadastrar o NIRE no site da Receita Federal. O CNPJ significa “Cadastro Nacional para Pessoas Jurídicas” e se compõe de 14 dígitos exclusivos.


Os oito primeiros definem a inscrição, enquanto os quatro seguintes mostram se a marca é matriz ou filial.


Já os dois últimos, são verificadores. No cartão CNPJ, há as informações básicas da empresa.


Por exemplo, data de abertura, nome, título, atividade econômica e natureza jurídica.


O CNPJ permite a emissão de notas fiscais, a contratação de funcionários e a comercialização de produtos.


Faça a inscrição municipal e estadual


As inscrições servem para empresas que vendem produtos ou prestam serviços e variam de acordo com o município e o estado.


Você pode encontrar a inscrição municipal no alvará de funcionamento, oferecido pela prefeitura da cidade em que a empresa se localiza.


Esse é o ponto de partida para emitir notas e conta para enquadrar a empresa no Simples Nacional.


As prefeituras costumam solicitar o contrato social, o RG, o CPF, o comprovante de endereço e o contrato social.


Já a inscrição estadual, é liberada pela secretaria da fazenda do estado em que o registro acontece.


Assim, serve para recolher o ICMS, além da emissão das notas fiscais.


Sua obrigatoriedade é para quem comercializa produtos físicos.



Finalize o cadastro na previdência social


O cadastro na previdência social vale para a contratação de funcionários, mas pode ser obtida ainda que você não contrate ninguém. Seu cadastro acontece nas agências da previdência.


A previdência social segue a lógica de um seguro, por meio da contribuição mensal dos profissionais. A ideia é garantir algum nível de renda para os momentos em que não for possível trabalhar.


Mas vale ter em mente que o cadastro precisa ser feito em até 30 dias depois do início das atividades.


O passo seguinte é o chamado “aparato fiscal”, em que há a solicitação para imprimir as notas.


Assim, há a autenticação dos livros fiscais. Normalmente, isso acontece por meio do município.



Quais são as fases de uma startup?


Fases de uma Startup
Fases de uma Startup

As fases de uma startup são importantes por efeito de seu crescimento acelerado e dos objetivos distintos. Você já vai descobrir quais são.

  • Pré-seed: também chamada de ideação, é o momento de análise das condições do mercado e de proposta da startup.

  • Seed: é simbolizada pela validação do modelo, em que os protótipos surgem para validar a ideia inicial.

  • Operação: conhecida também como early stage, aqui acontecem os testes por meio do MVP, o produto mínimo viável — uma representação incompleta da solução.

  • Tração: nessa etapa, a marca passa a lidar com a necessidade de acompanhar o crescimento do número de clientes.

  • Expansão: demarca a consolidação do modelo de negócios, em que a marca aposta em um crescimento exponencial.


Como abrir uma startup de sucesso?


Como abrir uma startup
Como abrir uma startup?

O primeiro ponto para o qual um investidor-anjo ou uma aceleradora conferem na hora de ponderar o investimento em uma startup é o time. Afinal, as pessoas dão pistas se uma startup é capaz de se reinventar caso a ideia original não dê certo.


Assim, quem consegue ter uma boa leitura de mercado e mudar o que é necessário tende a fazer sucesso.


Outro ponto que pesa é o resultado, ainda que com poucos recursos.


Os investidores costumam valorizar quem cresce, mesmo em cenários limitados. Por fim, a inovação conta.


Os projetos tendem a dar mais certo quando tem ideias que se baseiam em problemas, mas com uma demanda real ainda não vista pelas outras marcas. Por isso, procure apostar em uma boa proposta de valor.



Onde buscar dinheiro para abrir uma startup?


dinheiro para abrir uma startup
Dinheiro para abrir uma startup: onde encontrar?

As startups podem conseguir dinheiro por meio das rodadas de investimentos.


Isso acontece quando o empreendedor apresenta sua empresa para os investidores que, após uma ponderação, decidem se investem ou não. Por isso, os investimentos se dividem de acordo com a fase da startup.


No investimento pré-seed, por exemplo, a aposta acontece para que a marca comece a validar seu modelo e desenvolver o MVP. Assim, é uma etapa mais conceitual.


Já o investimento seed, já depende de resultados e funciona para quando o modelo de negócios é mais desenvolvido.


Com a startup já consolidada, a estratégia de exit é uma última etapa possível.


Desse modo, a marca se valoriza o suficiente para se tornar atrativa o suficiente a ponto de ser comprada parcialmente ou completamente. Essa é a etapa em que a startup mostra que pode oferecer boas oportunidades de ganhos.


Saber como abrir uma startup passa por cuidar de toda documentação para deixar a empresa de pé.


A marca ainda precisa apresentar inovação, ser pequena e faturar até 16 milhões por ano, segundo o Marco Legal das Startups.


A tradução literal de startup é “começar algo” e apareceu com um uso parecido com o atual pela primeira vez em 1976, na revista Forbes.


O termo se popularizou com a internet. Hoje, existem eventos que reúnem empreendedores criativos para apresentar empresas e criar um ambiente para o networking.


Uma das formas de impulsionar uma startup é por meio de investidores-anjo. Isso acontece quando alguém disponibiliza parte do próprio capital em marcas com um bom potencial de retorno.



E se você já abriu a sua startup e está procurando investimento anjo, você pode enviar o seu deck e apresentar o pitch para nós.


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